Cresci em uma fazenda no interior de São Paulo tendo uma galinha como bichinho de estimação. Meu sonho de criança? Ser uma cantora americana famosa. Com o passar dos anos descobri que me tornar uma americana não era tão simples assim, mas pelos menos eu podia aprender o inglês.
E foi assim que aos 15 anos convenci minha mãe a me deixar fazer intercâmbio na Austrália. Mas no meio do caminho aconteceu o atentado de 11 de Setembro aos EUA, e minha mãe aterrorizada, fez meu sonho de aprender inglês longe de casa desmoronar-se assim como as torres gêmeas.
Como toda adolescente, aos 17 me apaixonei pelo o homem da minha vida, e a paixão avassaladora até me ajudou a deixar de lado o projeto de morar e estudar fora do Brasil. Por ironia 5 anos depois o mesmo homem que me fez esquecer dos cangurus, da Austrália e de me tornar uma menina fluente em inglês, rompeu comigo e comprou um pacote de intercâmbio com carimbo garantido para a Austrália. Foi aí que aprendi minha primeira lição de vida: Para as pessoas te valorizarem, você primeiro precisa se valorizar.
E foi a partir desse aprendizado que fazer intercâmbio virou uma questão de honra!
O momento era o pior possível. Há apenas dois semestres de concluir o curso de Psicologia, o Brasil atravessando uma de suas piores crises, e um cenário de muitas incertezas. Porém, nada me faria desistir abrir mão do meu sonho novamente. Não pensei duas vezes, tranquei a faculdade, vendi meu Uno velho e fui aprender inglês.
Foi ai que iniciaria outra história de amor, dessa vez entre eu e a Irlanda. A cidade escolhida foi Dublin, desembarquei em uma Irlanda também em crise, com poucas oportunidades e eu, mesmo com passaporte europeu, não falava nada de inglês. Assim como a maioria, tive que correr muito para conseguir o primeiro emprego.
Sozinha escrevi os piores CVs da minha vida, enfrentei as piores entrevistas de emprego, faltava vocabulário para responder aos entrevistadores, mas determinação e persistência não. Mesmo assim nada foi fácil. Trabalhei como garçonete, baby-sitter, barista e até entreguei panfletos na rua vestida de gueixa. Toda adversidade era superada porque eu sabia que aquela era uma fase da minha vida e que logo estaria no Brasil trabalhando como Psicóloga.
Como grande parte dos intercambistas me limitava a pensar no futuro de volta ao Brasil, com o inglês na ponta da língua e mais oportunidades de trabalho. E por pensar assim, não me candidatava a empregos formal porque pensava que meu inglês não era bom o suficiente. O tempo passou e o que era para ser apenas 6 meses de estudos, se tornaram 2 em anos.
E aí nesse momento, tive que decidir se voltava ou não para o Brasil para terminar a faculdade de Psicologia. Nessa época meu namorado gringo, me pediu: “Larga a faculdade e fica aqui comigo.” Ah! mas essa lição eu já tinha aprendido. Claro que eu…………voltei para o Brasil, né?
Voltei, e durante a faculdade tive a oportunidade de estagiar como consultora de RH, e foi lá que comecei a usar e me apaixonar pelo LinkedIn, mesmo sem saber como usá-lo estrategicamente. Paralelo fui me candidatando a vagas pra voltar para a Irlanda, pois não conseguia me adaptar a realidade do Brasil: a falta de respeito dos políticos, os problemas de infraestrutura e tudo aquilo que só nós brasileiro sabemos que existe por trás de toda beleza que Deus deu a nossa terra.
Perdi as contas de quantas vezes apliquei para vagas e não tive sucesso, o que me deixava muitas vezes desmotivada. Desisti de tentar a distância e com a cara e a coragem decidi regressar para a Irlanda apenas com um diploma em HR Management pelo CIPD engatilhado.
Foi nesse momento que apostei em outra ferramenta importante, o networking! No curso conheci um espanhol que me contratou para estagiar com ele na Adecco. Tudo bem, não era remunerado, mas consegui experiência. E com essa experiência consegui uma vaga de Consultora de Recrutamento na Sigmar Recruitment – uma das melhores agências de recrutamento na Irlanda. Na Sigmar presenciei o BOOM de oportunidades de emprego para brasileiros e expats. Recrutei brasileiros e profissionais de outras nacionalidades para empresas como Apple, Facebook, Google, Banco da Alemanha, Symantec, Microsoft.
Um belo dia uma amiga que havia acabado de receber a cidadania Italiana pediu ajuda para sair do subemprego. Sentamos e expliquei como o mercado funcionava, quais empresas recrutavam brasileiros, a auxiliei com o CV, atualizamos juntas o seu LinkedIn em Inglês e a partir daquele dia as entrevistas começaram a surgir. Confiantes, fizemos algumas entrevistas simuladas em inglês e em menos de 2 meses ela estava empregada em uma multinacional.
Foi assim que descobri porque eu estava ali, porque a Irlanda e o que eu poderia fazer para ajudar a outros brasileiros em similar situação a conseguir boas oportunidades de emprego na Europa.
Após 2 anos na Sigmar senti a sensação de estagnação me perseguia. Comecei a enviar CVs para meu grande objetivo profissional naquele momento, o Linkedin. Apliquei muitas vezes e em todas fui rejeitada. Porém a desistência não faz parte do meu vocabulário. Continuei aplicando para vagas no LinkedIn até que um dia me chamaram para uma entrevista. Nessa época eu já estava trabalhando na HP como Recruitment Specialist (onde trabalhei por 1 ano) e lá eu tinha uma colega que era coach nata em personal branding. Ela me ensinou como ressaltar meus pontos fortes e sucessos. Isso funcionou pra mim como uma mentoria e me ajudou bastante para a entrevista! Fui, fiz a entrevista e passei!
Como Einstein disse: Eu tentei 99 vezes e falhei, mas na centésima tentativa eu consegui. Nunca desista de seus objetivos, mesmo que eles pareçam impossíveis. A próxima tentativa pode ser a vitoriosa.
As vezes ainda me lembro daquela menina que brincava com a sua galinha de estimação no interior de São Paulo, da adolescente que viu seu sonho se esvair junto com as Torres Gêmeas, e do desejo em me tornar uma cantora americana famosa. Dez anos mais tarde consegui realizar tantos outros sonhos, novos sonhos, sonhos que surgiram, ressurgiram e que eu lutei para realizá-los um a um: fazer intercâmbio, aprender inglês e trabalhar no LinkedIn, encabeçam a lista de muitos outros. E se tem uma coisa que aprendi na vida é que um sonho realizado sempre da espaço para o próximo sonho e o sonho da vez é ajudar outras pessoas a conquistarem uma carreira internacional assim como eu conquistei.
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