Muita experiência no mercado de TI, inglês fluente e um currículo invejável para a busca de emprego no exterior e a carreira internacional. Esse perfil do brasileiro Felipe Fiori, além de toda experiência na HP e na Dell, no Brasil, o tornavam um candidato muito atraente para as multinacionais (e para uma carreira internacional ‘fácil’), mas se transformou em realidade somente depois de muita dedicação e de vencer as limitações do visto e as barreiras com o preconceito com a deficiência auditiva dele.
Felipe venceu diversas barreiras até conquistar a vaga no mercado internacional, inclusive a deficiência auditiva. Ele trabalha com TI, especificamente com software, desde 2003. Sempre de olho no mercado internacional, em busca de uma carreira na Europa, por muito tempo pesquisou e aplicou para oportunidades nos Estados Unidos, no entanto, viu uma possibilidade tomar forma depois de dar entrada no passaporte italiano, que se concretizou após alguns longos meses.
Mesmo diante do período de incerteza relacionado à cidadania europeia, ele não desistiu. Em 2015, com o passaporte em mãos, ele passou a pesquisar novas possibilidades na Europa em países como Irlanda, Alemanha, Portugal e Holanda, ainda com base fixa no Brasil. “Optei pela Irlanda porque seria uma oportunidade a mais para aperfeiçoar o inglês, sobretudo a leitura labial minha maior dificuldade com relação ao idioma”, explica ele.
Nessa mesma época, além da busca relacionada ao mercado internacional e o seu destino no exterior, Felipe pesquisou com afinco quais os caminhos eram comuns no mercado de trabalho TI na Irlanda e a carreira no exterior para expatriados: as necessidades das áreas X cargos, recrutadores, entrevistas, networking etc. E, então, ‘esbarrou’ nas publicações da Tana nas redes sociais sobre esses temas e passou a segui-la no Facebook, Youtube e LinkedIn, ainda no Brasil, como reforça ele. “Eu contratei os serviços da Tana e ela me aconselhou em todos os aspectos como a construção do CV, LinkedIn e preparo para entrevista, porém, não foi naquele ano a minha mudança para a Europa”, revela ele.
O ano de 2015, apesar das novidades, foi um ‘baque’ para ele, que perdera o pai e, assim, decidira que era tempo de permanecer mais um pouco junto aos familiares no Brasil. Com o sonho adormecido, o salto aconteceu somente no início de 2018, quando Felipe decidiu sair da empresa em que trabalhava no Brasil e apostar na carreira na Europa: era tempo de tentar um novo contato com a consultora, que deu dicas fundamentais para que ele revisasse todo o material de apresentação e aumentasse as chances de sucesso no velho continente.
Com a cidadania europeia em mãos e o destino escolhido, Felipe fez as malas rumo a Dublin com a matrícula num curso de inglês e muita determinação na bagagem. Mesmo com foco na aprendizagem do idioma, ele já passou a buscar oportunidades de trabalho, porém, sem respaldo ou networking, as buscas foram árduas e sem sucesso – e até “frustrantes”, de acordo com ele.
Assim, ele passou a colocar em prática as dicas da Tana e se articular entre recrutadores de toda a Europa. “Eu mandei meu currículo para empresas na Irlanda, Alemanha, Reino Unido, Portugal, Holanda, Malta, Polônia, Espanha, Suíça e República Checa – foram mais de 50 entrevistas entre maio e agosto”, exalta Felipe.
Em contato com a Tana desde 2015, quando todo o processo de coaching e consultoria de carreira foi realizado por Skype, uma vez que ele ainda estava no Brasil, ele conta que a conheceu pessoalmente em 2018, afinal, entre o desejo, a decisão e atitude ele levou 3 anos para chegar em Dublin. “Porém, durante todo esse tempo, o suporte dado por ela foi fundamental, sempre à disposição e solucionando todas as dúvidas, me apoiando ao ultrapassar cada nova carreira”, comemora ele que, apesar de tantas entrevistas, relembra que o aprendizado vai ficar para a vida toda e, mesmo com os percalços naturais do processo de uma busca por emprego e a deficiência auditiva, ainda hoje recebe elogios pelo currículo elaborado junto com a Tana.
Felipe confessa sua preferência pelo trabalho na área técnica pois, segundo ele, essa área permite um cumprimento de metas efetivos – e que chama a atenção dos recrutadores em geral -, em contrapartida, ele não deixa de mencionar a dificuldade que passou e venceu com relação à deficiência auditiva. Aliás, uma questão global que vale um alerta já que a inclusão é uma pauta recorrente no mundo corporativo, porém ainda pouco praticada, “Acredito que tanto no Brasil como na Europa faltam políticas de diversidade e inclusão para qualquer raça ou deficiência. Eu participei de processos de seleção importantes na Alemanha e em Dublin nos quais acredito a deficiência tenha tido um peso negativo e a recusa quase me fez desistir”, conta ele.
Outras práticas importantes na Europa são o uso do LinkedIn e o networking. Também foi por meio deles que Felipe conseguiu algumas entrevistas, como a que o levou até seu atual emprego em uma multinacional na Irlanda. De acordo com ele, uma antiga conhecida o indicou, o que tornou o processo um pouco mais fluido e menos engessado.
Atualmente, Felipe está morando em Galway, cidade há pouco mais de 200 quilômetros a oeste de Dublin e cerca de 80 mil habitantes, próximo ao seu trabalho como Software QA Engineer. Hoje, ele contabiliza mais de 3 anos de espera, 50 entrevistas em 10 países europeus, inúmeros e-mails e currículos enviados, outros tantos contatos realizados pelo LinkedIn e muitos ‘nãos’ porém, um ‘SIM’ foi maior que todos os entraves do período, o da persistência, foco, determinação e total crença do Felipe, que “se dedicou ao objetivo da carreira internacional com a grandeza de um vencedor”, lembra Tana Storani, que ressalta todo o esforço dele.
Felipe considera-se realizado após todo esse período de desenvolvimento e comemora o saldo positivo. “Além das dicas para o currículo e LinkedIn, participar das entrevistas foi um grande aprendizado e puder perceber minha crescente e constante melhora até a contratação. Por isso, digo a todos: não desistam, lutem sempre até conseguir”, diz ele que pretende criar um vídeo com legendas a fim de demonstrar aos interessados – recrutadores e candidatos com deficiência auditiva – a como se portarem nas entrevistas. “Mas, tudo com closed caption, claro!”, finaliza ele.